Recuperei e compilei uma serie de artigos sobre o livro dos 7 hábitos das pessoas altamente eficazes:
Stephen Covey escreveu este livro com base em anos de pesquisa sobre que hábitos podem levar as pessoas ao sucesso, que hábitos distinguem as pessoas felizes, saudáveis e bem-sucedidas das que não obtém sucesso ou que sacrificam o equilíbrio interior e a felicidade para alcançar êxito.
São hábitos poderosos para a nossa transformação pessoal…
Os 7 hábitos são uma abordagem integrada que passa da fase de dependência (alguém cuida de mim) para a independência (eu cuido de mim mesmo) e para a interdependência (podemos fazer algo melhor juntos) – ver imagem.
Os 3 primeiros Hábitos vão da dependência à independência. Nesta fase atinge-se o que se chama a vitória particular fruto do nosso crescimento interno.
Os 3 seguintes têm a ver com a interdependência. Nesta fase a vitória é publica, caminhamos ao lado uns dos outros por opção e não por dependência, em colaboração e cooperação.
O Ultimo hábito é o da renovação continua.
Hábito 1 — Seja Pró-Ativo.
Ser Pró-Ativo significa mais do que tomar a iniciativa. Significa que nós, como seres humanos, somos responsáveis pelas nossas próprias vidas.
O nosso comportamento resulta das nossas decisões e não das condições externas. Só nós conseguimos os resultados que queremos para a nossa vida. Possuímos iniciativa e responsabilidade suficiente para fazer com que as coisas aconteçam.
Os nossos pensamentos definem sentimentos que se transformam em ações, que repetidas se transformam em hábitos. Estes hábitos constroem o nosso caracter e os nossos resultados.
Prática e repetição das ações leva ao Hábito.
“Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito.”
Aristóteles
O comportamento pró-ativo é um produto da nossa escolha consciente.
As pessoas pró-ativas não deixam que as circunstâncias, condições, ou o ambiente definam o seu modo de atuar.
Entre um estímulo/evento e a atitude/resposta encontra-se a liberdade de escolha. A resposta depende de nós, não controlamos o que acontece (eventos) mas controlamos a resposta. Ao escolhermos a resposta escolhemos as consequências.
Foco de um comportamento pró-ativo: A energia positiva aumenta o Círculo de Influência. As pessoas pró-ativas concentram seus esforços no Círculo de Influência.
Foco de um comportamento reativo: As pessoas reativas concentram seus esforços no Círculo de Preocupação.
E que tal AGIR em vez de reagir…
Hábito 2 — Comece com o objetivo em mente
Este segundo hábito está inserido no que Covey chama ainda de vitória particular, o caminho da independência.
Depois de assumir que tem que ser pro-ativo e responsável pelas coisas que acontecem na sua vida é altura de definir objetivos para começar.
Está na hora de ter uma VISÃO CLARA DO QUE QUER SER, saber para onde está a seguir, que passos dar na direção certa e ter cuidado com os desvios que levam à direção errada.
Um dos primeiro passos é saber onde estamos para poder definir o caminho.
Construa na sua cabeça o que quer. Se não tiver objetivos bem claros na sua mente não conseguirá colocá-los em prática.
Antes de algo acontecer no plano físico é preciso planear na sua mente, primeiro existe a criação mental e depois a criação física.
Não tenha medo de admitir os seus sonhos. Com medo da frustração muitos não se atrevem a tentar…
Quem quer ser quando crescer? Já pensou???
Hábito 3 — Primeiro o mais importante
É a realização, a transformação em realidade dos dois primeiros hábitos. Para que se possa sempre avançar em direção ao que realmente se quer é necessário aprender focar-se no trabalho de modo a fazer o que é realmente importante em vez de ficar eternamente executando tarefas sem importância.
Quantos dias terminam com aquela sensação que não avançámos nada, que não fomos produtivos, que o tempo não deu para tudo ou que ficou tudo por fazer?
Para evitar que se trabalhe incessantemente sem atingir os resultados que se deseja, é necessário saber administrar o tempo, certo? Para Covey não era bem assim, o que valia a pena era administrar as prioridades.
“O segredo não é priorizar a agenda, mas sim agendar as prioridades. Organize e execute conforme a prioridade”.
Onde investimos a maior parte da nossa energia e tempo? Nas tarefas urgentes ou importantes?
Urgente significa que exige a nossa atenção imediata. As coisas urgentes impõem-se, as coisas importantes, por outro lado, tem a ver com preparar resultados.
As questões importantes que não são tão urgentes exigem mais iniciativa, mais proatividade.
O que Covey nos diz é que se não trabalharmos as tarefas importantes antes que elas se tornam urgentes, estaremos sempre tal qual bombeiros a apagar fogos.
As nossas tarefas podem ser divididas de acordo com o quadro :
Existem quatro quadrantes : Tarefas Urgentes e Importantes, Não Urgentes e Importantes, Não importantes e Urgentes e Não importantes e não Urgentes.
Para Covey devemos focar-nos no quadrante das tarefas importantes mas não urgentes para que estas não se tornem urgentes… Se deixar para a ultima hora aquilo que já era importante mas que foi deixado para trás, de repente torna-se urgentíssimo e lá está mais um fogo para apagar…
Fazendo sempre e apenas o importante e urgente, perdemos o controlo e é a vida que nos controla a nós.
Vamos alterar esse circulo vicioso???
Hábito 4 — Pense em GANHA/GANHA
Depois de atingir a vitoria particular e a independência, a partir do 4º. hábito estamos a caminho da vitória pública e da interdependência (caminhar ao lado do outro por opção e não por dependência).
Há vários tipos de negociação: Competir dá muito resultado porque mobiliza as pessoas, mas será que colaborar não dá mais resultados?
Segundo Covey são estes os vários paradigmas da interação humana:
Ganha/Ganha
É um estado de espírito que busca constantemente o benefício mútuo em todas as interações. As vitórias são mútuas.
Significa entender que os acordos e soluções são mutuamente benéficos, mutuamente satisfatórios. Todas as partes se sentem bem com a decisão, e comprometidas com o plano de ação. Há alinhamento entre recompensas, metas e objetivos
Ganha/Ganha vê a vida como uma cooperação. Baseia-se no princípio que o sucesso de uma pessoa não se conquista com o sacrifício ou a exclusão de outra.
Ganha/Perde
É a abordagem autoritária: “eu ganho, mas para eu ganhar tu ficas para trás”. As pessoas Ganha/Perde são propensas a usar a posição, poder ou a sua personalidade para avançar mas em detrimento dos outros.
Perde/Ganha
Não há exigências, expectativas ou visão. As pessoas que pensam desta forma normalmente preferem conceder e concordar, não expressam os seus sentimentos e opiniões, intimidam-se facilmente com os outros. “Sou pacífico, faço qualquer coisa para manter a paz”.
Perde/Perde
Quando duas pessoas determinadas, teimosas e egoístas interagem, o resultado é Perde/Perde. Ninguém cede, se eu não ganhar tu também não!
Pessoas com uma mentalidade tipo Ganha não desejam necessariamente que outras percam.
O Ganha ou nada feito significa basicamente que se não conseguimos encontrar uma solução mutuamente benéfica, concordamos em discordar amigavelmente. Não há expectativas nem compromissos.
Para refletir :
Pense na última vez que fez uma negociação. Preocupou-se em que outro também ganhasse?
Hábito 5 – Primeiro compreender e depois ser compreendido
Procure primeiro compreender, implica uma profunda mudança. Normalmente, falamos muito e ouvimos pouco e procuramos primeiro que nos compreendam. Aliás, a maior parte das pessoas não consegue escutar com a intenção de compreender. Uma das chaves da comunicação eficaz é a escuta empática. Ouvir com empatia significa ouvir com o sentido de compreender. Nós não fomos “treinados” para ouvir.
Há vários níveis de escuta:
Ignorar o que se ouve – Não escuta nada
Fingir que se escuta –“Sim, sim claro”
Atenção seletiva – Ouvir apenas partes da conversa
Atenção concentrada – Concentrar-se nas palavras
Atenção empática – Forma mais elaborada de ouvir, ouvir para compreender. Escutar com os ouvidos, “ouvir” com os olhos e o coração.
Para ajudar o outro é preciso importar-se verdadeiramente em conhecê-lo. Às vezes, é guardar a dor no bolso e olhar para a dor do outro.
Se não compreender o outro também não será compreendido.
É necessário dar valor ao impacto que podemos ter nos outros quando tentamos trabalhar juntos em situações interdependentes e, para gerar situações de ganha/ganha.
Hábito 6 – Sinergia
Se colocarmos duas tábuas de madeiras juntas, elas aguentarão muito mais peso do que o suportado por cada uma individualmente (a força do todo é maior que a força das partes).
Sinergia significa que o todo é maior que as partes. O grupo potencia as capacidades de cada um dos membros, porque todos caminham na mesma direção.
Fruto da interação e colaboração surgem novos resultados que não existiriam anteriormente, permitindo encontrar novas soluções que são verdadeiramente sinérgicas.
“1 + 1 = 3”
Valorizar as diferenças é a essência da sinergia e é no relacionamento que os poderes criativos se maximizam.
“A chave para valorizar as diferenças é perceber que todas as pessoas vêem o mundo não como ele é mas como elas são.”
Hábito 7 – Afine o instrumento
O Hábito 7 é o hábito da renovação contínua, é o que se chama de afinar o instrumento. Preserve e melhore seu bem mais precioso: você mesmo.
Significa parar para afiar o machado, porque assim ele cortará melhor e mais rápido.
Pessoas eficazes realmente recuperam tempo porque cuidam de si e mantêm o espírito de renovação contínuo e equilibrado.
Não adianta estar focado em objetivos se não se focar também em si.
Covey fala em quatro dimensões a cuidar: física, espiritual, mental e social/emocional:
A dimensão física trata de cuidar eficazmente de nosso corpo físico, comer alimentos adequados, descansar e relaxar o suficiente e praticar exercícios regularmente.
A dimensão espiritual é o seu centro, o seu íntimo, o seu comprometimento com o sistema de valores. A renovação pode vir através da meditacão ou da leitura.
A dimensão mental é o desenvolvimento permanente do intelecto. É a aprendizagem constante.
A dimensão social e a dimensão emocional de nossas vidas tem a ver com o relacionamentos com os outros. Renovar a dimensão social/emocional não exige tempo, mas requer treino.
As coisas que faz para afinar o instrumento em cada uma das dimensões causa um impacto positivo nas outras dimensões pela ligação que existe entre elas.
Tem reservado o tempo necessário para afiar o seu machado?
Leia a história do jovem lenhador (ilustra bem este hábito):
“Conta-se a história de um jovem lenhador forte e ambicioso, ansioso para mostrar sua grande habilidade em derrubar árvores. Certo dia desafiou o maior lenhador da empresa, um senhor bem mais velho, para um concurso para ver quem derrubava mais árvores num dia de trabalho.
O jovem cortador começou atacando árvore após árvore com uma fúria jamais vista entre lenhadores.
O velho cortador também se aplicava à sua tarefa com toda a perícia que os anos de experiência já lhe haviam concedido. Mas o jovem ria quando lhe contavam que o velho lenhador parava para descansar de tempo em tempos debaixo de uma árvore na floresta. “É vitória certa” pensou o jovem lenhador.
Qual foi a surpresa quando, no final do dia, o jovem ofegante encontrou o velho lenhador tranquilo, e com duas vezes mais árvores cortadas que ele.
Foi então que descobriu que em cada período de “descanso”, o velho e experiente lenhador estava afiando o seu machado.”